minha folha úmida
lápis não risca
o desenho de tuas linhas
memória dorme
se enrosca e lambe
tua virilha alecrim
nuvens correm
roubam
teu cheiro
tuas curvas
a Lua sorri
Cheia de ti
fico aqui
salsa e só
Wednesday, March 31, 2010
Sunday, March 28, 2010
Domingo - rascunho
chuva nas costas
gripe no sofá
horas e horas
dessa vez nem vi passar
coxas febris
chá de carinho
sonhos rápidos
tossem os delírios
escorrem os desejos
gripe no sofá
horas e horas
dessa vez nem vi passar
coxas febris
chá de carinho
sonhos rápidos
tossem os delírios
escorrem os desejos
Tuesday, March 23, 2010
P.F
dois nós
um
em cada anca
para não cair em joelhos
a calcinha larga
de uma renda sofrida
miserável e bonita
de quatro
em quatro
gemia
foi mulher de barriga vazia
um
em cada anca
para não cair em joelhos
a calcinha larga
de uma renda sofrida
miserável e bonita
de quatro
em quatro
gemia
foi mulher de barriga vazia
Thursday, March 18, 2010
Praga da Joseja
Eu segurava o mastro verde
corria
cabelos ao sol
e na ponta da taquara
arqueava pela estrada
as regras da Joseja
Que nojo
olhava o pássaro vermelho
ele riscava o céu
Que vôo
Ao longe ela me via chegar
gritava,a Josefa
ecos me confundiam
a velha figueira sorria com suas barbas
eu ia apanhar
Sim,varadas nas pernas
pássaros vermelhos não podem voar
aprendi
vergonhas rastejam
Num afago de irmã
depois do meu choro
me deu café sem pires
sem colher
adocei com a ponta da rosca de polvilho
fazendo redemoinho
sem desconfiar
que moça sem pires não casa !
foi praga ! praga da Josefa !
corria
cabelos ao sol
e na ponta da taquara
arqueava pela estrada
as regras da Joseja
Que nojo
olhava o pássaro vermelho
ele riscava o céu
Que vôo
Ao longe ela me via chegar
gritava,a Josefa
ecos me confundiam
a velha figueira sorria com suas barbas
eu ia apanhar
Sim,varadas nas pernas
pássaros vermelhos não podem voar
aprendi
vergonhas rastejam
Num afago de irmã
depois do meu choro
me deu café sem pires
sem colher
adocei com a ponta da rosca de polvilho
fazendo redemoinho
sem desconfiar
que moça sem pires não casa !
foi praga ! praga da Josefa !
Saturday, March 13, 2010
Cashemere Bouquet
ignoro os modos eretos
sutileza dos gestos
ventre delgado
beleza da plástica
pose de anjos nas abóbadas ricas
santas preces
joelhos de missa
minha sede me faz deselegante
laica e louca
escuto ventanias de súplicas
tua respiração ( que morra !)
chupo a ponta do teu coração
o amor vem assim
galopando em quentes nuvens
e não pretendo limpar a boca
sutileza dos gestos
ventre delgado
beleza da plástica
pose de anjos nas abóbadas ricas
santas preces
joelhos de missa
minha sede me faz deselegante
laica e louca
escuto ventanias de súplicas
tua respiração ( que morra !)
chupo a ponta do teu coração
o amor vem assim
galopando em quentes nuvens
e não pretendo limpar a boca
Friday, March 12, 2010
Tuesday, March 09, 2010
Lembracinhas
plastico bolha
e
milhões de coisas para esquecer
o o o o o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o o o o o
e
milhões de coisas para esquecer
o o o o o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o o o
o o o o o o o o o o o o o o o o o
Monday, March 08, 2010
Na parede
eu arrepio de medo
não bastasse os rabos frenéticos
ventosas nos vidros
elas namoram
se avançam
ouço ruídos
lagartixas 69
até elas
frias que só
fumam cigarrinhos penduradas nas paredes
e desconfio que riem do meu rabo intacto
os delas estão aos pedaços
coisas da guerra
a paz dessas minhas noites me faz louca
brancas noites
brancas
lagartixas desgraçadas
não bastasse os rabos frenéticos
ventosas nos vidros
elas namoram
se avançam
ouço ruídos
lagartixas 69
até elas
frias que só
fumam cigarrinhos penduradas nas paredes
e desconfio que riem do meu rabo intacto
os delas estão aos pedaços
coisas da guerra
a paz dessas minhas noites me faz louca
brancas noites
brancas
lagartixas desgraçadas
Sunday, March 07, 2010
Prece
Perdiz do vovô
ele sempre me dizia
e que colo alto !
vontade de gritar
me escuta,vô !
sou a tua perdiz-perdida
sem teu colo
sem ninguém
seja meu anjo e diabo
de onde tu estiver
ainda sou pequena
ele sempre me dizia
e que colo alto !
vontade de gritar
me escuta,vô !
sou a tua perdiz-perdida
sem teu colo
sem ninguém
seja meu anjo e diabo
de onde tu estiver
ainda sou pequena
Wednesday, March 03, 2010
Como ela é
a dança dela
como os lírios dos livros
dá forma às rendas mágicas
sedas macias
o mundo gira com a pressa dos sonhos
a suavidade da vontade de ser
sempre leve
mas a bailarina acorda ainda arrumando a saia
ouvindo sua mãe gritar
com aqueles gritos de mãe-arroz-no-fogo:
Um real de cebolas !
como os lírios dos livros
dá forma às rendas mágicas
sedas macias
o mundo gira com a pressa dos sonhos
a suavidade da vontade de ser
sempre leve
mas a bailarina acorda ainda arrumando a saia
ouvindo sua mãe gritar
com aqueles gritos de mãe-arroz-no-fogo:
Um real de cebolas !
Tuesday, March 02, 2010
Monday, March 01, 2010
Espelho
Testa de filósofo
pára-raios de beijos estúpidos
varanda para meu queixo Noel Rosa
o resto é útero
pára-raios de beijos estúpidos
varanda para meu queixo Noel Rosa
o resto é útero
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